Com cobertura vacinal abaixo do ideal, iniciativas alertam população sobre importância da imunização

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Ministério Público reforça orientações aos municípios e cobra aumento da vacinação na população. Empresas também focam em informar os moradores sobre a importância da proteção contra doenças. Ações de órgãos e empresas visam o aumento da cobertura vacinal
A cobertura vacinal contra doenças antes praticamente erradicadas tem diminuído nos últimos quatro anos. Entre 2019 e maio de 2023, 60% da população estava imunizada, mas o ideal é que o estado tenha 90% dessa cobertura. Para melhorar os índices, uma campanha do Ministério Público Estadual (MPTO) tenta destravar a baixa procura por vacinas no Tocantins.
O projeto foi criado pela promotora de Justiça que atua na área da saúde, Araína Cesárea. São pelo menos dez iniciativas que têm o mesmo objetivo, alavancar os índices vacinais. Entre elas, então o incentivo aos municípios para melhorar a cobertura.
“Temos várias frentes e a primeira delas foi garantir que se fiscalize a apresentação obrigatória do cartão de vacina atualizado para matrícula dos alunos. Nós decidimos lançar um selo chamado ‘Amigo da vacina’ e a esse selo estão concorrendo todos os municípios do Estado do Tocantins. Então o Ministério Público está cobrando que os municípios ampliem a vacinação”, explicou a promotora.
MPTO cobra caderneta de vacinação atualizada para matrícula de crianças
TV Anhanguera/Reprodução
O levantamento do MPTO ainda mostra que as vacinas contra a poliomielite e a tríplice viral, aplicadas na primeira infância, sofreram um grande abandono na procura nos últimos anos.
Para ter um alerta a mais sobre esse tema, a concessionária de energia elétrica que emite todos os meses mais de 660 mil talões em todas as cidades do estado, decidiu ajudar na conscientização da população.
Uma mensagem importante é impressa nos talões: ‘vacinas salvam vidas’.
“Nós vimos uma oportunidade de levar a informação no conforto do lar dos nossos clientes. Temos mais de 660 mil domicílios no estado, então o objetivo é esse de incentivar para que nós melhoremos essa cobertura vacinal em todo o estado e, consequentemente no país”, disse Roger Pereira, gerente de relacionamento da Energisa.
Talão de energia com mensagem sobre vacinação
TV Anhanguera/Reprodução
Doses disponíveis
Na Central de Vacinas do Tocantins, são 47 tipos de imunizantes diferentes para ajudar a prevenir as mais diversas doenças. Eles são enviados pelo Ministério da Saúde. A soma total passa de R$ 6 milhões. Mas a baixa procura nos postos de saúde dos municípios do estado, causa preocupação.
Estoques de vacinas estão abastecidos
TV Anhanguera/Reprodução
A vacina bivalente contra a Covid-19 está sendo uma das mais estocadas. Apenas 8% da população buscou a dose, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
“A vacinação é a única forma adequada de proteção contra a Covid. Porque nós sabemos que é bom aglomerar, mas nós temos a nossa responsabilidade de fortalecer para que as pessoas estejam protegidas. Então é adequado procurar o serviço quem já tem duas doses da vacina de Covid para que tome o reforço com a bivalente”, alertou a enfermeira de imunização da SES Telma Regina.
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Vacina contra a gripe tem público ampliado em todo o estado
Além de criar estratégias de mecanismos para que os municípios avancem, o ministério público, também apura se as prefeituras estão cumprindo com as obrigações.
“Os gestores tem a responsabilidade, esse dever. Se a União adquire ou fabrica as vacinas e o estado distribui, são os municípios que têm a obrigação de garantir a vacina no braço e no sistema”, reforçou a promotora.
Taguatinga, no sudeste do Tocantins, é uma das cidades onde a vacinação está mais adiantada e os profissionais da saúde decidiram fortalecer a busca ativa, de casa em casa, e mantêm rigor contra fake News, segundo Mariana Rodrigues de Souza enfermeira e coordenadora de imunização.
“Cada agente de saúde tem a cópia [do cartão de vacina] de cada criança de 0 a menores de 5 anos, onde é feita a atualização em todas as visitas. Aquelas mães que são contra as vacinas, por falta de informação ou por medo das reações não querem vacinar as crianças e nós vamos e fazemos as buscas ativas, vamos atrás e se for preciso acionamos o conselho tutelar”, disse.
Para os conscientes de que a vacinação é a única a saída para afastar as doenças, as reações são parte da etapa para a proteção.
“Não tem como você dar o melhor se você não vacinar. E a vacina tem aquela parte de que ele vai chorar, vai sofrer, mas com certeza vai sofrer muito mais se ficar sem essa proteção”, disse a comerciante Suzana Aguiar, que mantém o cartão de vacina da filha bebê em dia.
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Fonte: G1 Tocantins