Audiência do julgamento de PMs suspeitos de matar cantor e jogar corpo às margens de BR é adiada

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Adiamento aconteceu após defesa alegar falta de acesso aos autos do processo. Juiz disse que pedido de acesso poderia ter sido feito por telefone para que audiência não fosse prejudicada. Sargento Leonardo Lopes e soldados Maycon Douglas e José Marcos estão presos
Divulgação
A audiência de instrução e julgamento sobre o assassinato do cantor Joan Braga dos Reis que estava marcada para esta segunda-feira (22) foi adiada. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ). Três policiais militares são apontados como suspeitos de assassinato.

O suposto crime ocorreu em Guaraí, na região centro-norte do estado, em abril de 2023. Joan Braga dos Reis, de 33 anos, ficou desaparecido por cinco dias, até que seu corpo foi encontrado.

O segundo sargento Leonardo Lemos Macedo e os soldados Maycon Douglas Monteiro e José Marcos Almeida da Silva são suspeitos de assassinato. A polícia chegou até eles após monitorar viaturas e câmeras.

A defesa deles, representada pelo advogado Paulo Roberto da Silva, afirmou que solicitou o adiamento da audiência devido à falta de acesso aos autos do processo.

“Tais autos contêm material que fundamenta a acusação e, portanto, precisam ser conhecidos para o exercício da defesa. Considerando o curto prazo até a audiência das 13h30, não há tempo hábil para a defesa examinar todo o material antes do ato”.
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Na decisão de adiamento, o juiz Fábio Costa Gonzaga afirmou que o acesso poderia ter sido providenciado antes com um “rápido telefonema ao cartório” para evitar que a sessão fosse adiada. A audiência, agora, deve ser realizada no dia 29 de abril.
Depois, o juiz vai decidir se os policiais serão julgados em júri popular ou não.
Entenda
Joan Braga dos Reis teria sido morto por policiais
Arquivo Pessoal
Segundo a investigação policial, Joan saiu de Luzimangues, distrito de Porto Nacional, para visitar a família em Centenário. Quando ele estava em Guaraí teve um surto psicótico causado por sequelas de um acidente que tinha sofrido. Ele não tinha passagens pela polícia.
O músico foi visto vagando pela cidade entrando em carros que encontrava abertos. Ele teria provocado pequenos estragos em um dos veículos enquanto tentava ligá-lo e foi abordado por PM aposentado que acionou os policiais do 7º Batalhão da Polícia Militar de Guaraí, onde os suspeitos são lotados. Depois disso, Joan não foi mais visto.
Os PMs foram presos em cumprimento a mandados de prisão. Entre as denúncias contra o trio está a suspeita de eles terem abandonado o corpo de Joan na rodovia. Eles estão presos na unidade policial de Guaraí.
Além da prisão, o Ministério Público obteve na Justiça o afastamento dos militares das suas funções na corporação e solicitou a entrega das armas. Eles vão responder por homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Segundo o MPE, o sistema de monitoramento da viatura usada pelos policiais e câmeras de segurança instaladas na cidade mostraram que o veículo fez o mesmo trajeto até o local onde o corpo de Joan foi encontrado cinco dias depois de sumir, já em estado de decomposição. Testemunhas também relataram que viram a vítima dentro da viatura.
Conforme procedimentos padrões, Joan deveria ter sido levado para uma delegacia da cidade após entrar no veículo, o que para o MP, não aconteceu. Os militares teriam relatado que deixaram a vítima em um bairro da cidade, mas a investigação não comprovou a versão dos suspeitos.
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Fonte: G1 Tocantins