Sem maioria no Parlamento, Olaf Scholz e Armin Laschet se tornam reféns dos liberais e dos verdes para suceder Merkel, Eleições na Alemanha: Partido Social-Democrata ficou em 1º lugar, mas não conseguiu maioria
Sem alcançar a maioria clara no Parlamento da Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz e o democrata-cristão Armin Laschet testam a habilidade política para persuadir os partidos Verde e Liberal Democrata a serem sócios numa coalizão que tornará um dos dois o próximo chanceler federal. Teoricamente, ambos têm chances e são dependentes das duas legendas menores, mas, na largada para as negociações, o pragmático Scholz sai em vantagem.
Olaf Scholz, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha, em imagem de 27 de setembro de 2021
Hannibal Hanschke/Reuters
Graças a ele, com 25,7% dos votos, o SPD alcançou o melhor resultado desde 2005. Vice-chanceler e atual ministro da Economia, Scholz passou a ser automaticamente associado a Angela Merkel e ao modelo de estabilidade conduzido por ela. Apesar de ser o candidato da chanceler, Laschet obteve 24,1%, considerado o pior resultado para a CDU desde a Segunda Guerra.
Começa agora uma longa e dura etapa de negociações em busca de sócios. Entre a gama de alianças possíveis para proclamar o sucessor de Merkel, há duas mais viáveis após os resultados deste domingo:
Coalizão Semáforo: Como um sinal de trânsito, a aliança tem as cores vermelho (SPD), amarelo (FDP) e verde. Social-democratas e verdes compartilham posições parecidas sobre aumento do salário-mínimo nacional, aumento de impostos para os mais ricos, flexibilidade na política orçamentária e aceleração de mudanças para as energias renováveis.
Situados mais à direita, os liberais têm divergências com estes dois partidos, por serem defensores da austeridade. O carismático líder Christian Lindner cogitou ter primeiro uma conversa com os Verdes para tentar limar diferenças em seus programas.
Coalizão Jamaica: Tem as cores da bandeira do país caribenho e é liderada por CDU/CSU (preto) com FDP (amarelo) e Verdes. Seria a aliança mais natural para os liberais. Mas ainda está viva a lembrança do desastre das últimas negociações entre os três partidos, após as eleições de 2017, abandonadas abruptamente pelo FDP por divergências sobre imigração e política energética. Sem escolha, os democratas-cristãos se associaram aos social-democratas. Lindner foi massacrado e, desta vez, não deverá repetir o erro de deixar o partido fora do governo.
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Fonte: G1 Mundo