Pai entra com processo por discriminação racial após filha ter cabelo cortado sem permissão em escola dos EUA

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A administração escolar alega que corte foi feito com boa intenção depois que menina teve o cabelo anteriormente cortado por outra criança. Imagens postadas no Instagram pelo pai de Jurnee mostram como era seu cabelo antes (centro) e depois (direita e esquerda) de ser cortado na escola em Michigan sem autorização.
Reprodução/Instagram/Jimmy Hoffmeyer
O pai de uma menina de 7 anos do estado americano de Michigan, cujo cabelo foi cortado por um professor sem a permissão dos pais, entrou com um processo pedindo indenização de US$ 1 milhão contra a administração escolar local, uma bibliotecária e uma professora assistente.
O processo foi aberto na terça-feira (14) no tribunal federal em Grand Rapids contra as Escolas Públicas de Mount Pleasant, relatou o site MLive.com. O pai alega que os direitos constitucionais da menina foram violados, e que houve discriminação racial, intimidação étnica, inflição intencional de sofrimento emocional e agressão.
Foto não datada de Jurnee Hoffmeyer antes de ter seus cabelos cortados
Jimmy Hoffmeyer via AP
Jimmy Hoffmeyer, que tem ascendência negra e branca, disse que em março sua filha chegou em casa com grande parte do cabelo cortado de um lado da cabeça. A menina Jurnee contou que uma colega de classe usou uma tesoura para cortar o seu cabelo em um ônibus escolar.
Dois dias depois do incidente no ônibus – e depois de o pai reclamar com o diretor e mandar pentear o cabelo de Jurnee em um salão com um corte assimétrico para tornar os comprimentos diferentes menos óbvios – Jurnee chegou em casa com o cabelo cortado do outro lado.
“Perguntei o que aconteceu e disse a ela ‘nenhuma criança deveria cortar seu cabelo’”, disse Hoffmeyer. “Ela respodeu: ‘mas pai, foi a professora.’ A professora cortou o cabelo para uniformizá-lo. ”
A mãe de Jurnee é branca. Hoffmeyer diz que a garota que cortou o cabelo de Jurnee e a professora que o cortou são brancas.
O distrito escolar, que administra as instituições de ensino, “falhou em treinar, monitorar, dirigir, disciplinar e supervisionar adequadamente seus funcionários”, de acordo com a ação.
Em julho, o Conselho de Educação das Escolas Públicas de Mount Pleasant disse que a funcionária que cortou o cabelo de Jurnee foi repreendida e que uma investigação independente determinou que, apesar das “boas intenções” da funcionária, o fez sem a permissão dos pais e sem o conhecimento dos administradores distritais, desobedecendo a política escolar.
Dois outros funcionários estavam cientes do incidente, mas não o relataram. Todos os três funcionários pediram desculpas, disse o conselho.
O conselho escolar disse que a investigação independente não encontrou preconceito racial. Ela inclui entrevistas com funcionários do distrito, alunos e famílias e uma revisão de vídeos e fotos, incluindo postagens nas redes sociais. Os administradores distritais também realizaram uma revisão interna do incidente.
Mas Hoffmeyer disse que o distrito nunca questionou ele ou Jurnee. A menina agora frequenta outra escola.
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Fonte: G1 Mundo