Auto de Busca e Apreensão especifica os itens que foram apreendidos, durante operação Pisadinha, realizada na última quinta-feira (30). Presidente não era alvo da ação, embora o mandado tenha sido cumprido na casa dela. Polícia Civil cumpre 10 mandados de busca e apreensão durante a Operação Pisadinha
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As buscas na casa da presidente da Câmara de Vereadores de Palmas, Janad Valcari (Podemos), na última quinta-feira (30), resultaram na apreensão de R$ 50 mil e US$ 20 mil dólares (equivalente a R$ 107,4 mil). Os valores constam no Auto de Busca e Apreensão feito pela Polícia Civil, que na ocasião, apoiava o Ministério Público na operação Pisadinha.
Embora as buscas tenham sido feitas no apartamento de Janad, ela não é investigada. Em nota, a parlamentar informou que deixa claro, mais uma vez, que não é alvo de nenhuma operação e que nem ela, nem suas empresas tem contratos com o poder público.
Sobre os equipamentos e valores citados, esclarece que a assessoria jurídica já tomou as medidas necessárias para reavê-los, tendo em vista que são totalmente lícitos, disse.
Na quinta-feira, a vereadora disse em coletiva de imprensa que o mandado foi cumprido na casa dela, por causa do ex-marido. Afirmou também que o dinheiro era referente a uma viagem realizada para os Estados Unidos recentemente. (Veja o posicionamento abaixo emitido na quinta-feira)
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Ordiley Valcari para comentar as declarações da presidente da Câmara.
A Operação Pisadinha apura supostos atos de improbidade e crime de fraude a licitação voltada à locação de estrutura para eventos para a prefeitura de Porto Nacional. As irregularidades seriam de um contrato firmado em 2019.
No auto de infração, a Polícia Civil informa que apreendeu na casa de Janad:
sete envelopes lacrados com documentos diversos;
um envelope lacrado contendo: R$ 120 em cédulas de R$ 20; US$ 20 mil dólares e R$ 50 mil;
dois pendrives e um cartão de memória;
três aparelhos celulares;
HD – 500 GB.
Presidente da Câmara de Palmas, Janad Valcari, durante entrevista
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
Ao todo, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação. Conforme os autos da Polícia Civil, outros bens foram apreendidos na casa de outros alvos, tais como computadores, aparelhos celulares, recibos de pagamentos, DVDs, documentos, HDs e contratos.
Em um dos documentos apresentados pela Polícia Civil, durante o cumprimento, Janad solicitou que a fosse inserida a seguinte declaração: “No ato da abordagem foi comunicado pela moradora que o mandado não constava o nome dela e nem mesmo as pessoas que constam fazem parte da residência e mesmo assim permaneceram no ambiente, sendo feita busca e apreensão, inclusive de aparelhos eletrônicos de uso pessoal de Janad Valcari, ex-esposa do sr Ordiley Kater Valcari”.
O que diz Janad Valcari
Durante entrevista coletiva na quinta-feira, a parlamentar apresentou o documento da ordem judicial que autorizou a operação em que o ex-companheiro dela, Ordiley Valcari, aparece como um dos investigados.
Ela afirmou que os agentes foram até a residência porque o endereço ainda consta como sendo dela e do ex-marido em cadastros na Receita Federal. O divórcio dos dois foi há cerca de dois anos. Em operações do tipo, é comum que os investigadores façam buscas em todos os endereços registrados dos alvos.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), que coordena esta operação, confirmou que a parlamentar não é investigada e que o documento apresentado por ela realmente é referente a esta investigação. Quatro pessoas e duas empresas são investigadas ao todo.
Janad também confirmou a apreensão de dinheiro na casa dela e disse que o valor é de uma viagem realizada recentemente para os Estados Unidos.
Os mandados foram expedido pela 1° Vara Criminal de Porto Nacional. Equipes também cumpriram mandados nas Secretarias de Saúde e de Cultura e Turismo de Porto. Em nota, a prefeitura informou que os investigadores têm total apoio da administração municipal.
O que diz a prefeitura de Porto Nacional
Sobre a operação de busca e apreensão de documentos, realizada na manhã desta quinta-feira (30), nas Secretaria Municipais de Cultura e Turismo e de Saúde de Porto Nacional, em cumprimento de ordem judicial, a atual gestão esclarece que trata-se de uma ação que ocorre em âmbito estadual e que os investigadores têm total apoio da administração municipal – secretários, assessores e técnicos das secretarias envolvidas -, para trazer à luz todo e qualquer procedimento administrativo que, por ventura, tenha algum vício ou irregularidade.
Vale ressaltar que a operação decorre de investigação do Ministério Público Estadual do Tocantins – MPE-TO, iniciada em 2019, pela 5° Promotoria de Justiça de Porto Nacional.
A prefeitura de Porto Nacional reconhece a importância de administrar os recursos públicos com responsabilidade e coloca toda a equipe da atual gestão à disposição da justiça, para o que for necessário. Reitera ainda o compromisso com a sociedade portuense de fazer uma gestão transparente e voltada ao desenvolvimento do município, sempre pautada na legalidade e nos princípios da boa administração pública.
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Fonte: G1 Tocantins