Pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) criaram ferramenta para ajudar poder público nas ações públicas relacionadas à incidência da doença. Pesquisadores da UFT criam aplicativo para mapear casos de hanseníase em Palmas
Mais de 500 casos de hanseníase foram identificados no Tocantins esse ano. Para ajudar nas ações públicas relacionadas à incidência da doença, pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) criaram uma plataforma. O objetivo é mapear os casos existentes no estado.
A hanseníase tem cura, mas pode trazer sequelas se não tratada. “É uma doença difícil. Além de ser difícil devido o tratamento, você tem que fazer cirurgias. Eu tive que fazer cirurgias nas pernas, nos braços, devido às sequelas”, conta uma paciente que preferiu não se identificar.
Pesquisadores da UFT estão desenvolvendo uma plataforma para mapear casos da doença na capital. O site não mostra a localização exata para não expor o paciente, mas disponibiliza a área, o que pode facilitar ações da gestão pública.
“É um ambiente que a gente chama de mineração de dados que vai trazer para o gestor conhecimento sobre o comportamento da doença, o comportamento da sociedade em relação à doença. No caso dessa pesquisa, a gente está trabalhando com marcos temporais e marcos geoespaciais. A partir disso, com essas características, o gestor pode definir normas, diretrizes, políticas públicas”, explicou o coordenador do projeto, Ary Henrique Morais.
App vai monitorar casos de hanseníase
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Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, neste ano, foram notificados 509 novos casos de hanseníase. Mas durante esse projeto, pesquisadores identificaram que no ano passado, houve subnotificação da doença em Palmas.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde do Tocantins, neste ano, foram mais de 450 casos multibacilares, quando a doença ainda está transmissível.
“A gente identificou que do período de abril de 2020 até dezembro de 2020 teve um grande número de subnotificações decorrentes das restrições impostas pela pandemia que impossibilitaram ou dificultaram as pessoas a procurarem uma unidade de saúde. Essas subnotificações se agravam quando a gente pensa que no ano anterior mais de 95% dos casos notificados foram de multibacilares, que são pessoas que estão transmitindo a doença para pessoas próximas”, explicou a analista em T.I, Valéria Perim.
Foi assinado um termo de cooperação técnica com a Prefeitura de Palmas. A plataforma deve estar disponível nos próximos meses.
“A ferramenta é um complemento a todas aquelas ações de saúde pública que a prefeitura e o estado do Tocantins já executam. Essa ferramenta vai ser implantada na área de hanseníase e vai ser um complemento a mais de informações para a população estar acompanhando”, ressaltou o coordenador do projeto.
A hanseníase é uma doença transmissível, mas ainda é cheia de mitos e preconceitos. “O grande problema na hanseníase é o diagnóstico porque a quantidade de pessoas capacitadas para fechar o diagnóstico da hanseníase ainda é pouca e quando você tem uma diminuição da incidência não é porque houve cura naquela região, é porque não está tendo diagnóstico. Essa ferramenta vai ser importantíssima para você ir atrás dos casos em zonas endêmicas que estão em baixo diagnóstico”, explicou a hansenóloga Luciana Prado.
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Fonte: G1 Tocantins