Jornalista russa que protestou contra ofensiva na Ucrânia é detida; relembre caso

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Marina Ovsyannikova invadiu jornal ao vivo de sua emissora com cartazes denunciando a guerra em março. Funcionária de TV estatal russa invade programa para protestar contra a guerra na Ucrânia
A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que se tornou famosa por ter interrompido um telejornal de um canal estatal de seu país com um cartaz que protestava contra a ofensiva russa na Ucrânia em março, foi detida nesta quarta-feira (10) por ter “desacreditado” o exército, informou seu advogado.
“Estamos neste momento com os investigadores. Um inquérito foi aberto contra Ovsiannikova por divulgação de informações falsas sobre o exército russo”, declarou à agência de notícias France Presse o advogado Dmitri Zakhvatov.
Os investigadores devem decidir agora se Ovsyannikova, que tem dois filhos, será colocada em prisão provisória ou em liberdade à espera de um julgamento.
Desde o fim de julho, Ovsyannikova foi condenada a pagar duas multas por ter “desacreditado” o exército russo, em particular em mensagens que criticavam a ofensiva na Ucrânia publicadas nas redes sociais.
Duas condenações com menos de seis meses de intervalo abrem o caminho para um caso penal, com possíveis consequências jurídicas muito mais graves.
Ovsyannikova ganhou fama em março ao aparecer em um telejornal do canal pró-Kremlin em que trabalhava com um cartaz que denunciava a ofensiva na Ucrânia e a “propaganda” da imprensa controlada pelo governo.
As imagens do gesto deram a volta no mundo. Muitas pessoas elogiaram sua coragem, em um cenário de repressão da Rússia a vozes críticas.
Embora muitos tenham admirado a atitude, entre a oposição russa algumas pessoas a criticaram por ter trabalhado para a emissora pró-governo Pervy Kanal.
Depois de trabalhar alguns meses no exterior, em particular para o jornal alemão Die Welt, ela retornou em julho à Rússia para resolver uma disputa legal sobre a custódia dos dois filhos.
Desde o início da operação na Ucrânia em fevereiro, a Rússia endureceu consideravelmente as leis contra as pessoas que criticam o governo.

Fonte: G1 Mundo