As eleições que estavam marcadas para ocorrer em novembro no Haiti foram suspensas nesta terça-feira (28), e não têm data para serem realizadas.
O primeiro-ministro do país, Ariel Henry, demitiu todas as pessoas que trabalhavam no órgão responsável por eleições no país na segunda-feira.
A medida saiu em uma publicação oficial do governo.
As eleições serviriam para escolher o sucessor de Jovenel Moise, o presidente que foi assassinado no país.
Henry, o atual primeiro-ministro, foi nomeado por Moise dois dias antes do assassinato.
Em uma entrevista à rede CNN, Moise disse que as eleições vão acontecer no ano que vem, depois de uma revisão da Constituição do Haiti.
A comissão eleitoral do Haiti (CEP) tem um papel semelhante ao da Justiça Eleitoral no Brasil.
Em julho de 2020, todos os membros do órgão pediram demissão em protesto a um ato do presidente assassinado, Moise. Ele alterou a Constituição do país para tirar poderes do Legislativo e fortalecer a presidência.
Moise, então, nomeou outros membros para o CEP.
Qual era o calendário?
Havia diversas eleições programadas para os próximos meses. O primeiro dia de votações aconteceria no dia 7 de novembro. Seriam votados:
Um referendo nacional;
Eleições legislativas;
Primeiro turno de eleições presidenciais.
No dia 23 de janeiro haveria outra votação:
Segundo turno das eleições presidenciais;
Eleições municipais;
Eleições locais.
Primeiro-ministro foi acusado e demitiu procurador
Há algumas semanas, surgiram indícios de que o atual primeiro-ministro teve contato por telefone com um dos principais suspeitos do assassinato de Moise.
Procuradores dizem que registros telefônicos mostram que os dois conversaram duas vezes perto das 4h do dia 7 de julho, pouco antes de Moise ser morto a tiros por assassinos que invadiram sua residência.
Henry nega qualquer envolvimento no assassinato.
Ele substituiu o procurador-chefe que pretendia acusá-lo como suspeito e impedi-lo de deixar o país. Em seguida, o ministro de Justiça do país renunciou.
Haitianos nos EUA
Henry, na entrevista à rede CNN, afirmou que entende por que os Estados Unidos estão deportando milhares de imigrantes do Haiti que chegaram aos EUA atravessando a fronteira desse país com o México.
Estima-se que cerca de 15 mil haitianos tenham ido à cidade texana de Del Rio, na fronteira com o México, nos últimos dias.
Estados Unidos começam a deportar centenas de imigrantes haitianos
Desde que a crise estourou, cerca de 3,5 mil pessoas já foram embarcadas em voos americanos para Porto Príncipe, a capital haitiana. Ao descobrir para onde tinham sido levados, alguns haitianos reagiram com indignação e revolta e tentaram voltar à aeronave dos EUA.
Entre esses deportados há cerca de 30 crianças brasileiras, filhas de pais haitianos.
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Fonte: G1 Mundo