Derek Chauvin, ex-policial condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato de George Floyd, entra com recurso para tentar uma revisão de sentença

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O ex-policial alega que houve problemas na seleção do júri e que os jurados deveriam ter sido isolados durante o processo. Ex-policial Derek Chauvin é condenado a 22 anos e meio de prisão pela morte de George Floyd
O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, que foi condenado a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato do afro-americano George Floyd, apresentou um recurso a um tribunal de Minnesota, nos Estados Unidos, na quinta-feira (23). Ele apresentou 14 reclamações relacionadas a seu julgamento —entre elas, que o júri deveria ter sido isolado durante o processo, e que houve problemas na seleção do júri.
Floyd morreu em maio de 2020, asfixiado depois que Chauvin permaneceu quase 10 minutos com o joelho sobre o pescoço da vítima. Chauvin tinha um histórico de uso excessivo de força.
Chauvin e outros três policiais participaram na detenção de Floyd por supostamente ter usado uma nota falsa de 20 dólares em uma loja de Minneapolis, uma cidade do norte dos EUA com quase 400 mil habitantes.
Homenagens lembram aniversário de 1 ano da morte de George Floyd
O ex-policial foi filmado ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, que tinha 46 anos, indiferente às queixas de dores do homem ou aos apelos das pessoas que passavam pelo local.
Antes de morrer, Floyd, desesperado, repetia: “Eu não consigo respirar”. A cena, que foi disponibilizada nas redes sociais por uma mulher, viralizou rapidamente.
As imagens levaram milhares de pessoas às ruas nos EUA e em outros países, com manifestações para exigir o fim do racismo e da brutalidade policial.
Seleção do júri, local do julgamento e momento do processo
O ex-policial, que compareceu ao tribunal durante as seis semanas do julgamento, não testemunhou, invocando o direito à Quinta Emenda contra a autoincriminação.
O advogado de Chauvin alegou que o agente seguiu os procedimentos em vigor na polícia no momento e que a morte de Floyd foi provocada por problemas de saúde, agravados pelo consumo de drogas.
Júri declara ex-policial Derek Chauvin culpado pela morte de George Floyd
No fim do julgamento, que recebeu grande cobertura da imprensa, o júri o declarou culpado de assassinato após 10 horas de deliberação.
Em junho, o juiz decretou uma pena de 22 anos e meio de prisão, para alívio de muitos ativistas da luta por igualdade racial que temiam uma absolvição.
O advogado da família da vítima declarou que a sentença era um passo “histórico” para a reconciliação racial nos Estados Unidos.
O que Chauvin alega?
O ex-policial, de 45 anos, acusa o Estado de conduta prejudicial a ele e cita uma lista de supostos problemas em seu julgamento, como a seleção do júri. A apelação critica a Justiça por não aceitar o adiamento ou mudança do local do julgamento, e por se recusar a isolar o júri durante o julgamento.
Nos documentos apresentados, Chauvin afirma que não tem renda nem representação legal para o processo de apelação. Um fundo para sua defesa que pagou pela assistência jurídica durante o julgamento foi encerrado após o anúncio da sentença.
Os outros agentes que participaram na operação devem ser julgados no próximo ano.
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Fonte: G1 Mundo