Os blocos pré-moldados não absorvem água e são mais leves. No mercado, um piso de concreto tradicional é vendido a R$ 42 o metro quadrado. Já o produto fabricado no Tocantins custa R$ 36. Materiais retirados do lixo viram concreto sustentável
Pesquisadores de Araguaína desenvolveram um concreto sustentável a partir de garrafas pet, copos plásticos e outras embalagens descartáveis. O produto, que recebeu a patente em 2019, já chegou ao mercado e, agora, será usado na construção de uma casa literária, que funcionará dentro de uma escola na cidade.
Os testes do concreto começaram em 2013. A ideia foi aproveitar resíduos, que demoram até 400 anos para se decompor no meio ambiente.
“Sempre achei uma ideia positiva, que chamaria muita atenção, que tanto serviria para o financeiro, como para o meio ambiente. É um benefício muito grande tirar essa quantidade de resíduos do meio ambiente. Se a gente for ao lixão hoje, veremos que quase 70% é plástico”, explicou o técnico de laboratório Pedro Dias
Projeto da casa literária que será construída com concretos sustentáveis
Reprodução/TV Anhanguera
Os blocos pré-moldados secam de forma mais rápida que os tradicionais vendidos no mercado. Eles também não absorvem água e são mais leves. Além disso, o valor mais baixo pode ajudar com os custos na construção civil.
“Esse material aqui, que é um inter travado. Hoje no comércio local ele está sendo vendido a R$ 42 o metro quadrado. Esse mesmo material, da mesma forma, nós vendemos por R$ 36. Tem uma diferença de R$ 6 por metro quadrado. E a maior vantagem, esse material aqui nós agregamos até 60% de resíduos, não de produtos naturais. Eu deixo de consumir 60% de areia, 60% de pedra e tenho um produto com a qualidade igual ou até superior, em alguns casos”, explicou o idealizador do projeto, Alex Alves.
A casa literária, que será construída a partir dos concretos, já está em fase de fundação. O lugar funcionará dentro de uma escola. A ideia é ensinar para os alunos a importância da leitura e do cuidado com o meio ambiente.
As crianças já entenderam o projeto e estão recolhendo materiais plásticos para destinar à construção dos materiais. Vitória Beatriz Cunha, de 11 anos, não perdeu tempo. Passou a reunir as garrafas que iriam para o lixo na casa onde mora.
“Em um primeiro momento, ela chegou pedindo para recolher as garrafas de refrigerante, as garrafas de amaciante que consumimos. Eu perguntei para ela: ‘Vitória, que projeto é esse?’. Ela disse: ‘Mamãe, nós vamos construir uma casa bibliotecária na unidade escolar’. Eu achei interessante porque no mundo em que nós vivemos uma criança de 11 anos ter essa mentalidade de pegar e reciclar para construir algo que crianças futuramente irão usar”, disse a mãe orgulhosa, a servidora pública, Ana Beatriz Teodoro.
“Reciclagem é muito importante, tem pessoas que jogam garrafas pet, rolinho de papel, várias coisas no lixo e não pensam na reciclagem do nosso mundo”, finalizou a menina, já ansiosa para ver a casa literária prontinha.
Materiais retirados do lixo viram concreto sustentável em projeto no Tocantins
TV Anhanguera
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Fonte: G1 Tocantins